Mini 1000 - O novo motor já mexe...

Boa noite. O meu 1000 está com problemas na actual caixa de velocidades, e para evitar ficar parado muito tempo (porque já sei o que é a casa gasta...) decidi encontrar um substituito á altura durante a reparação. O motor em questão veio de um Metro de 88 e marcava apenas 50 mil kilómetros. Embora me custe a acreditar muito nisso, a verdade é que o carro era de uma senhora de idade que o usava apenas ocasionalmente. Ainda andei com ele uns 100 km's e lembro-me que estava muito bom de tudo. Decidi usá-lo, mas com uns "toques" á mistura...Tal como saiu do Metro......e já subtraído de tudo o que não serve na minha montagem. Era nesta fase que o devia ter lavado por fora, mas a conversa e o telemóvel constantemente a tocar fizeram-me esquecer esse detalhe. É uma questão de ter mais cuidado no que há para fazer, mas teria ficado melhor, sem dúvida...Apesar de semelhantes, os motores A+ dos Metro não são rigorosamente iguais aos dos Minis. Existem pormenores que merecem referência, pois são importantes e se não os tivermos em conta, podem originar dissabores...
Um dos mais discretos é este: A ausência do tubo by-pass da bomba de água para a cabeça. Não é grave e pode ser usado assim, mas é aconselhável baixar a temperatura do termoestato para os 78º ou mesmo 72º, porque sem by-pass, a cabeça e o motor ficam sem circulação de água até o termoestato começar a abrir, e para quem não gosta de esperar que o motor aqueça ao relanti, isto pode ter alguma importância. No Metro, o by-pass é feito na tampa do termoestato e nos tubos de borracha, pelo que ao usar este sistema, estamos de facto a alterar a refrigerção de parte do motor, mas tal como disse, é uma questão de ter cuidado...A alavanca da embraiagem também não é igual, e claro está, tem mais que se lhe diga do que simplesmente trocá-la. A relação (ratio) entre esta alavanca e a mais comprida do Mini é de cerca de 1/3, e infelizmente, é o mesmo que dizer que não basta trocá-las, pois a embraiagem tipo VERTO (do Metro...) não irá funcionar correctamente, já que a alvanca do Mini só a irá fazer actuar a um terço do curso necessário...Pode conseguir fazer o ponto de embraiagem, mas fica a patinar, ou simplesmente não mete mudanças, embora dê para as engrenar em andamento (com algum esforço...). Depende da afinação, que em todo o caso não interessa, pois este combinação (embraiagem Metro/ alavanca Mini) não irá ser usada...A opção é usar o kit de embraiagem do Mini com a respectiva alavanca, ou descobrir um Metro de embraiagem hidráulica e usar o suporte inclinado da bomba auxiliar. Não são fáceis de encontrar..., e sim..., já caí nesta!!!
Claro que também há outros detalhes sem importância, tal como este. A Clotche(???) tem uma fundição diferente, mas basta tirar o apoio e fica resolvido. Claro que agora já sabem que da próxima vez que ouvirem dizer que o motor do Metro é só montar no Mini, têm o dever de dizer que não é bem assim. Quem não tenha um motor usado para retirar as peças necessárias vai gastar uns cobres para as comprar, e partindo do principio que as encontra todas (...), continua a ter que tomar atenção com o preço de um kit de embraigem novo para o Metro. A ultima custou-me mais de 150€, ou troca o kit por um de Mini, mas sem esquecer de trocar também o motor de arranque, falange de termoestato, apoios de motor, carreto do velocimetro, válvula de temperatura, e por ai fora...É preciso fazer bem as contas. Depois do estalo" tipico da embraiagem a saltar para cima dos pés, o aspecto não difere muito dos Minis antigos, mas em vez dos habituais freios de metal, os parafusos dos carter's são fixos com "Locktite", ou cola de roscas em bom português...Esse facto foi aliás, uma das formas que a fábrica encontrou para resolver o problema das fugas de óleo crónicas nos Mini, só é pena terem demorado 30 anos a reconhecer o caso, e claro que pagaram o preço, com a má fama dos produtos ROVER GROUP...E ainda bem que me lembrei de ver isto. Quando os rasgos do disco estão tão baixos como estes, é a altura ideal de montar um novo para remediar......mas claro que isto é muito mais engraçado com algumas surpresas. Ao tirar o óleo, comecei a ouvir uns "plincs" de algo metálico a cair dentro do tabuleiro, e pensei mesmo que a caixa estava na sucata, mas não, foi "apenas" isto. Acho que algumas pessoas tinham o estranho hábito de apertar o "bujon" do óleo até partir, só porque a chave era grande. Claro que a rosca do cárter continua a ser de aluminio, só que agora tem que ser rectificada para uma maior......para evitar usar o sistema "bezunta tudo com silicone que veda..." que tanto abomino. Reparem até onde chegou a fúria da pessoa que apertou o bujon. Mais um bocado e teria arrancado a cambota por este mesmo buraco. Chiça! Andando...É sempre a mesma coisa! -"Já que se está a mexer, mexe-se em tudo". É..., começa sempre assim......e acaba sabe-se lá onde! Claro que me deixei entusiasmar com a ideia de finalmente ir usar alguns "monos" que até tenho ali na prateleira..., e que até são mesmo indicados para este motor..., e que até é meu..., e que até vai para o meu carro..., e que até quero ver como fica..., etc, etc...
É doença mesmo......mas das que faz rir. Tem ou não tem bom aspecto???Vai daí......e toca a dar a fundo. Está tomada a decisão! Apesar da condição de temporário, este A+ vai ser um temporário com estilo, ai pois vai......é só deixar a coisa correr......e em breve temos um "brinquedo novo"! Notem que estou a fazer isto na base da poupança de €€€, pelo que apenas estou a mexer no realmente essencial, embora não seja o mais indicado nos livros dos "mestres", mas lá diz o ditado: -"Faz como eu digo, não faças como eu faço...""Camshaft, slot drive type..."
Com os anos fui-me habituando a pensar os nomes das peças em inglês, e ás vezes até me custa a dizê-los em português, mas ajuda muito na hora de ler algum livro técnico inglês, ou de encomendar material. ...e cá está o "ring mark" que indentifica a A. de cams (veio de excêntricos). Algumas cams do anos 60 e 70 eram identificáveis por estes anéis, mas com o tempo ( e a falta de espaço para tanto anel...), começaram a surgir os numeros gravados no próprio veio. Neste caso parece que temos os dois exemplos, embora as gravações de origem nem sempre estejam lá muito visíveis...
Bom..., este "calor esquisito" que está a chegar e os berros do Miguel lá em cima, dizem-me que é chegada a hora de ir jantar, mas deixo-vos com uma "pulguita atrás da orelha", ao dizer-vos que por volta das 21:00 vou estar na oficina do torneiro a aprimorar uns detalhes, e também a acabar umas "belezas"...
Até amanhã...
RT